Instinto maternal


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Quando se é uma menina, aos quinze anos de idade, você deseja ser adulta, no entanto é chamada de adolescente. No meu tempo - parece que hoje em dia está voltando à moda - as meninas comemoravam esta fase com uma festa de quinze anos onde a garota representaria essa passagem através da substituição do sapato baixo pelo sapato de salto alto e de uma valsa com seu pai e, se a menina tivesse namorado, com o seu primeiro namorado. Mas havia outras garotas que contavam com a participação de garotos amigos para lhe tiravam para dançar e, dessa forma ela entrava para o mundo das festas e da sociedade.

Uma menina nesta fase jamais iria imaginar gerando e cuidando de um bebê. Bom, exceto com o passar do tempo as adolescentes foram ficando mais precoces e começaram a descobrir todos os prazeres possíveis e inimagináveis sem que ninguém, seja pai ou mãe, precisasse lhe apresentar ou lhe mostrar a sociedade através de um festa/baile de quinze anos. Contudo, ainda na minha época, as meninas com as quais eu tinha contato e amizade era como, anteriormente, eu estava descrevendo.

Eis que se passam mais uns anos e a menina inicia outra fase de sua vida, pós segundo grau, o que já era pura transformação, nesta temporada ela se via diante de uma faculdade ou de seu primeiro emprego. Pronto, estava começando sua fase adulta convivendo com um monte de gente que parece ver o mundo por vezes de uma forma complexa. São milhares de descobertas, pessoas distintas que trazem outras tantas informações, situações que a menina ainda não viveu e que, de repente, nem seria igual.

Todavia, aos 20 anos boa parte da população feminina, resolve aventurar-se nas “baladas da vida”. Entre as buscas de uma jovem mulher está: terminar a faculdade, se estabilizar no emprego ou encontrar o emprego os sonhos, se encontrar como ser humano, badalar, beijar muito. Bom, depende o temperamento da garota e de suas expectativas de vida. O tempo vai passar e ela vai encontrar tudo isso ou parte do plano que estabeleceu pra si.

Quando chega e era dos trinta ela vai enxergando que a qualidade é fundamental e não só a quantidade. Qualidade de vida; qualidade em relacionamentos - sejam eles de amizade ou de amor – qualidade no trabalho e tantas outras percepções que ela passa a ter. O superficial já não é o bastante e o que ela quer mesmo da vida? Quem sabe um caminho parecido com o que seus pais construíram há anos atrás: ela quer construir uma família.

A menina virou mulher. Se antes ela nem se via gerando um rebento, hoje ela olha com encantamento para os rebentos espalhados pela cidade. Claro, nem todos os rebentos são animadores. Porque não é todo adulto que sabe educar uma criança. Ainda assim, como é belo ver uma mulher gerar uma vida e depois de meses enxergar aquela vida em seus braços; passar noites acordada – puxa isso é um problema não? - por preocupação ou por simplesmente não acreditar que foi capaz de gerar outro ser humano. Como é mágico passar o tempo e ver seu rebento dar os primeiros passos e suas primeiras palavras.

O parecer que ora tenho da vida é que a magia sempre está pairando pelo ar. E que esse tal de instinto maternal, se ainda não te “beliscou”, um dia ainda irá te beliscar.

Comentários

  1. Negrinha!!! Já fui visceralmente "beliscada" pelo instinto maternal. Como sou mulher e como não nego minhas origens animais, é a obra mais fantástica que a natureza poderia conceder a qualquer ser vivo! Como sempre, teus textos são sempre muito gostosos de ler. Um beijão!! Carol

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  2. Bah, guria... Sempre falei que filho e casamento não iam me pegar! Não nessa vida! O que eu não contava era justamente com o danado do instinto! A vontade de me amarrar bateu quando descobri a paixão e consequentemente, a experiencia/idade/hormônios me fizeram desejar loucamente ser mãe. Espero conseguir frear este impulso ao menos até o final da faculdade! =P

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