Frutífera árvore natalina



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Então é natal...não, não irei cantar a canção que se eternizou na mente do mundo, até porque eu não me atreveria. Natal guarda uma porção de significados: quando eu era criança era sinal de que minha mãe teria dinheiro para comprar o que eu passava o ano todo sonhando; quando cresci um pouco mais, era a certeza da família reunida e para ver o brilho no olhar de meu avô e minha avó quando meu tio chegava. Eles amavam todos os filhos, mas eram encantados pelo filho homem, assim como minhas tias e mãe eram encantadas no meu tio - não adianta, os homens da família exercem grande magia para sua mãe, pai e irmãs.

Eis que se passaram mais anos, e o natal tinha cheiro de novidades no ar. Os primos cresceram, algumas mudanças e surgiram pessoas novas para compartilhar o momento. Todos foram bem-vindos e isso ajudava a gente a esquecer que meu avô e avó não estavam mais presentes na ceia de natal. Com a maturidade eu comecei a crer que o natal era muito mais do que presentes trocados, essa loucura insana das pessoas nas lojas gastando o que podem e o que não podem. Natal não pode ser somente isso!

Hoje sentada no sofá imaginando como será minha ceia de natal – certamente haverá aquele momento de vazio, saudade, algo inevitável quando você percebe lugares vazios à mesa – só posso crer que o natal é o momento em que a gente deveria abraçar mais. Não espere um presentão e nem um presentinho, mas deseje ardentemente que as pessoas passem a ajudar umas as outras. Pode ser uma ajuda afetiva, alguma ação que não envolva dinheiro, objetos materiais ou quem sabe ajudar alguém em seu caminho tortuoso.

Na minha árvore de natal eu quero colher são os frutos da verdade, da amizade, do amor verdadeiro, do respeito e do carinho mutuo. Óbvio que não adiantará de nada esperar que todas as pessoas carreguem isso consigo e em seus olhares, até porque, me desculpe, mas este mundo anda muito carente destas pessoas. Tenho uma teoria de que para cada 10 pessoas em uma sala, é possível, que haja apenas duas que carreguem esta beleza dentro do coração. Que triste não?

De qualquer forma, se você quer uma árvore de natal mais carregada de frutos bons, faça a sua parte: estenda a sua mão e coloque alguém “perdido” em seu real caminho. Parece bíblico isso, mas o real significado do natal “people” é lembrar que não somos apenas carne e sim espírito. Que existe uma força maior no universo, que pode ser Deus, Buda, Krishna ou Oxalá e que junto desta força há Àquele que nasceu há muitos anos atrás trazendo seus exemplos de sabedoria, amor, fraternidade nos acolhendo com seus ensinamentos e curando nossas feridas de alma.

Como seria bom se todas as coisas ruins cessassem na noite de natal e que as pessoas mudassem seus pontos de vistas egoístas; que de repente a vida fosse como era antes com sabor de infância; que houvesse mais igualdade; que a gente pudesse andar sem medo nas ruas; que também não temesse amar e ser amado; que não houvesse tantos joguinhos entre homens e mulheres e que a casca que carreamos não fosse tanto importante, mas sim o que levamos por dentro, nossa criação e ensinamentos. Eu teria uma listinha infindável de pedidos e tenho absoluta certeza, de que você aí do outro lado também tem a sua. Não são pedidos pra Papai Noel, ele não é astro principal da noite de natal – embora a gente aprenda desde criança que ele é o vovô feliz que nos traz presentes – mas são pedidos para o universo e para as duas forças maiores que conto todos os dias de minha vida. Feliz Natal e que em 2010 a vida possa mudar pra melhor e que hajam boas surpresas para compartilharmos em forma de verso ou de crônica.

Comentários

  1. Vou pedir ao Papai Noel que conserve a brilhante inspiração da minha querida Luana. Tenha um Natal cheio de paz. Um beijo bem grandão!!!

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  2. Oi Luana! Meio atrasado, mas um Feliz 2010 pra ti! E como já disse a Carol, que a tua inspiração continue nesse novo ano. Gostei muito dos teus textos. Teu blog me foi apresentado por essa nossa amiga em comum. Ah, e obrigada pelos comentários no meu blog e sim, assim que possível mandarei teu beijo para o Alexandre!
    Um grande abraço!

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  3. Bah, Luana! Neste Natal que passou, me assustei ao concluir que ao menos desta vez, estava envolvida completamente na "mágica comercial" dos presentes. Vontade de agradar mais do que acariciar. Felicidade instantânea que espero não levar para o Natal que vem.

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