Vida adulta


Imagem: Google

Bem vindos à vida adulta. Quando era adolescente ficava imaginando como seria chegar aos trinta anos, que expressão facial eu teria e o que eu estaria fazendo da vida. Quando temos quinze anos imaginamos a vida de um prisma diferente, claro que vai depender de suas experiências, mas minha na ótica sempre cabia toda magia possível para idealizar como a minha vida deveria ser no futuro.
O mundo adulto se apresentou quando me vi diante de uma sala de aula com mais de trintas pessoas na faculdade e quando comecei a buscar meu lugar ao sol no mercado de trabalho. Aquela época foi regada a muito choro e alguns dissabores.
Hoje se a garota de quinze anos me abordasse com a questão: “Como você vê a vida adulta?” Eu lhe diria que é um universo de possibilidades. É nela que você cresce humana e intelectualmente, que se aprende, se desgosta e que se transmuta. Ela te traz as mais diversas oportunidades e você pode projetar sua vida do jeito que quiser mantendo a consciência de que para toda ação existe uma reação.
Não se vive a vida adulta completamente sozinho, todavia é indispensável termos a noção da não dependência de outro alguém ou de qualquer coisa que sirva como bengala para seguirmos adiante apesar dos percalços. No fundo existirão momentos em que será apenas você, seus pensamentos e decisões, contudo o homem não é uma ilha e é preciso interagir. Aliás, na interação é que a gente mais evolui. Você convive, confere e absorve o que lhe convém.
No decorrer da trajetória a vida adulta se mostra uma sequencia de encontros, desencontros, achados e perdas que nos amadurecem por dentro e nos tornam mais resistentes em caso de termos de regressar ao ponto de partida. A vida como ela é não é perfeita. Você não vive um conto de fadas todos os dias (ou nunca), mas é capaz de vivê-la com princípios, com gentileza e com respeito ao outro e a si mesmo.
Você não é obrigado a se comportar como um bom Samaritano, porém fazer o bem sem obter nada em troca é uma das sensações que em algum momento de sua vida deveria experimentar. Não somos Jesus Cristo para oferecer ao algoz a outra face, mas perdoar e tentar compreender as atitudes intempestivas de alguém é um elemento apaziguador de almas.
Na fase adulta nos tornamos ainda mais distintos e aí parece que se torna real a máxima “os opostos se atraem”. Ouvi dizer que isso acontece porque é nato do ser humano buscar um complemento ao que lhe falta nos mais diversos aspectos de seu ser. De repente sem planejar você a vista diante de seus olhos alguém que sem suspeitar lhe apresenta um universo particular de coisas que preenchem uma parte de sua vida sem a pressão ou a pretensão de ser o “tudo”, mas sim uma parte especial de um cotidiano chamado vida adulta.
Não esqueça jovem de quinze anos que a vida adulta te propõe a cada amanhecer um recomeço. Apesar de todos os pesares não somos prisioneiros eternos de um calabouço de solidão, de tristezas, da dor que devasta a alma e outros tantos sentimentos...somos tal qual fênix capaz de renascer das cinzas quantas vezes for preciso.

Comentários

  1. adorei tuas reflexões, Lú... como sempre.
    Coisa infeliz deve ser o "permanente fugir da vida adulta", ser o eterno jovem.
    Trintona, vejo que cada dia é um dia, correndo o risco do planejamento ir por água abaixo, comemorando os momentos legais, acertando, errando, aprendendo... com o tempo passamos a nos ouvir mais, a saber o que não nos compete e o que não acrescenta. Coisa boa ser dona do próprio destino.

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